Refugiados são
todas as pessoas que, em razão de fundados medos de perseguição devido à sua
raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião
política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa de medos, não
pode ou não quer regressar ao mesmo.
ACIDENTES NO MEDITERRÂNEO
No Início de novembro, mais uma
tragédia aconteceu na travessia do mediterrâneo, pelos refugiados. Morreram 14
pessoas no naufrágio de um barco de madeira que tentava chegar à ilha grega de
Lesbos, vindo da Turquia. Sete dos mortos são crianças. A embarcação partiu do
Noroeste da Turquia em direção à Grécia, mas acabou por se afundar a cerca de
oito quilómetros de Lesbos, o principal ponto de entrada na Europa. A guarda
costeira turca conseguiu resgatar 27 pessoas.
O barco afundou-se devido a uma
tempestade. À medida que o Inverno se vai aproximando, também as condições de
navegação no Mediterrâneo pioram. Os líderes europeus esperavam inicialmente
que o mau tempo reduzisse o número de chegadas de refugiados e migrantes à
Europa, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário.
Mais de 3400 pessoas morreram ou
desapareceram na viagem para a Europa só este ano, de acordo com os últimos
números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, até agora incapaz de unir
a Europa em torno de um projeto comum de asilo, alertou em Outubro para a chegada do frio e
do mau tempo, dizendo que, sem ajuda, refugiados e migrantes podem
morrer a caminho do Norte da Europa, por regra o principal destino de quem
chega ao continente. (Agência turca de informação, Dogan).
HUNGRIA
“Se
deixarmos entrar toda a gente, será o fim da Europa”, diz Orbán, 1.º ministro
húngaro. No dia 3 de setembro de 2015, a Hungria encheu um comboio com
refugiados que queriam ir para a Alemanha, mas fê-lo parar junto a um campo, para
obrigá-los a registarem-se.
Imigrantes desesperados, depois de passarem vários dias na estação à
espera que os comboios os levassem para a Áustria e Alemanha, atiraram-se à
linha férrea e bateram-se corpo a corpo com polícias húngaros na estação de
Bickse, a cerca de 35 km de Budapeste. Viram-se cenas de desespero, pais e mães
com bebés de poucos meses a deitarem-se na linha, recusando-se a entrar nos
autocarros e carros de polícia que os esperavam.
Na Hungria, a partir de setembro as
autoridades começaram a impedir a entrada de migrantes e refugiados através da
fronteira com a Sérvia, construindo um muro de arame farpado, ao longo de 175
Km, junto à ferrovia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados manifestou preocupação, “todos os países devem ser livres de
proteger as suas fronteiras, mas o encerramento das fronteiras húngaras retira
os direitos àqueles que procuram asilo no país. É "muito importante"
que não sejam colocadas barreiras às pessoas que fogem da guerra, alertou o porta-voz Erno SImon.
Mas, cerca de 15 polícias fardados de
azul colocaram-se junto ao muro e da ferrovia, impedindo a passagem de milhares
de migrantes que pretendiam entrar na Hungria, enquanto outros polícias
estendiam arame de um lado ao outro da via. Os migrantes procedentes da Sérvia
que ali chegaram começaram a chorar ao ver que a passagem lhes estava vedada. A
nova lei de imigração da Hungria, que prevê penas de prisão de três anos para
quem entrar ilegalmente no país. (segundo a agência francesa AFP).
CROÁCIA E ESLOVÉNIA
Como deixaram de poder passar pela Hungria, os refugiados dirigiram-se
para a Croácia e Eslovénia, onde em meados de setembro, já se encontravam mais de
9 mil refugiados, que querem seguir para a Áustria e Alemanha. Estes países, ativaram
os mecanismos de proteção civil da União Europeia para pedindo apoio material
aos parceiros comunitários. Uma representante da Cruz Vermelha eslovena explica
que “a curto prazo, a situação está controlada: há roupa e cobertores
suficientes e estão a ser distribuídas bebidas quentes e comida. O problema é a
longo prazo”. O ministro croata do Interior anunciou que um novo centro de
acolhimento de Inverno, com capacidade para receber mais de 5 mil, deverá estar
pronto a 2 de novembro.